A cannabis na Índia Antiga a partir do Xamanismo

Assembly of fakirs preparing bhang and ganja, Large Clive Album, século 17-18. Victoria & Albert Museum, London, UK.

Na Índia Antiga, por volta de 1400 a.C., o uso da cannabis no xamanismo e nas práticas de yoga estabelecia uma conexão espiritual com os deuses. Os Bramanes, por volta de 700 a.C., utilizavam na para meditação e concentração, buscando compreender os complexos textos sagrados, como o Rig Veda e o Atharva Veda. Nesse contexto, ela é considerada uma erva sagrada associada a Shiva, uma das divindades supremas reverenciadas no hinduísmo, que a considerava um presente divino. Shiva, conhecido como “o destruidor e regenerador da energia vital” e aquele que promove o bem, também é reconhecido como o criador do yoga, uma ciência irmã do ayurveda.

Os documentos clássicos da farmacologia do ayurveda, como o Dravya Gunas, descrevem a cannabis divida em três partes distintas: ramos, flor e resina. A planta é atribuída a uma ampla gama de benefícios para vários sistemas do corpo humano, incluindo o circulatório, nervoso, digestivo, respiratório, urinário, reprodutor e dérmico, além das suas propriedades analgésicas, sedativas, afrodisíacas e muitas outras.

A cannabis desempenhou um papel significativo na forma de uma bebida chamada Bhang, na pintura “Bhang eaters before two huts”, do The San Diego Museum of Art, diversos contextos de uso são apresentados. O Bhang era feito a partir da moagem de folhas e flores da cannabis até se tornar uma pasta, para ser adicionada nos alimentos e bebidas, é amplamente comercializado e consumido em rituais religiosos e festividades como Maha Shivaratri e Holi.