A cannabis no antigo Egito: a iconografia da deusa Seshat

Seshat é uma das deusas mais antigas do Egito, há evidências dela durante a I Dinastia (2900 a.C). Era a deusa das bibliotecas e dos escritos, protetora dos livros e do conhecimento. Seu nome significa “Aquela que Escreve” e preside a “Casa da Vida”, onde eram guardados os conhecimentos dos antigos egípcios. Nos “Textos das Pirâmides” é chamada de “Senhora dos Construtores” e considerada patrona da arquitetura.

Na iconografia, ela carrega no alto da cabeça um símbolo de sete pontas que levanta muitas literaturas e especulações sobre a representação da cannabis. Amostras de polén da planta foram identificados em Nagada, lugar onde viveu, nas formações geológicas antigas ao leste do delta do Nilo, além de vestígios da fibra do cânhamo utilizada em tecidos. Apesar da cannabis ser frequentemente citada como medicamento em textos do Egito antigo, não há dados históricos que confirmem com precisão uma conexão direta da deusa com a planta.

As peças de relevo calcário que trazem a iconografia da deusa estão preservadas no Brooklyn Museum, em NYC.

Em relevo afundado, à direita a deusa Seshat sentada, registrando em papiro o espólio real. Epíteto da deusa inciso à esquerda. A borda superior do relevo preserva parte do registro dos cativos ajoelhados. À esquerda, coluna incompleta de estrangeiros ou cativos sentados. Condição: Incompleto. Canto inferior esquerdo e canto superior direito perdidos; Registro superior muito rachado. A área inferior direita também estava rachada. Superfície desgastada. Não há restos de tinta.

Local escavado: Lisht, Egito